Font Folio

Um probleminha antigo de quem trabalha com comunicação, a questão das fontes tipográficas em formatos diferentes para plataformas diferentes, foi resolvido.

A Adobe finalmente lançou o Font Folio Open Type Edition, com suas fontes em formato mais simples que o Type 1 do Macintosh e mais confiável que o True Type do Windows.

Custa 5000 dólares. Vale a pena.

Obviamente, como todos somos ferrenhos defensores do copyright digital, seríamos incapazes de esperar algumas semanas e baixar o produto de uma dessas redes de compartilhamento de arquivos. É feio.

DiVX

John C. Dvorak está pintando um panorama róseo para o DivX neste artigo da PC Magazine.

Para quem não conhece, o DivX é um formato de compressão muito mais avançado que o usado no DVD. Filmes codificados em DivX ocupam cerca de 700 MB. E fazem a festa de milhares de cinéfilos que usam as redes de trocas de arquivos como o eMule.

O DivX é a única razão para eu, por exemplo, ter uma conexão que chamam de “banda larga”. Onde mais eu iria encontrar Triumph des Willens, o documentário maldito de Leni Riefenstahl sobre o congresso do Partido Nazista em Nuremberg, 1934? Ou “Um Cão Andaluz”, de Buñuel e Salvador Dalí?

Graças ao DivX, tem-se acesso a um mundo cinematográfico que as leis de mercado não costumam deixar acessíveis.

Mais spam

Uma olhada no caderno de informática do Globo de hoje e a impressão que se tem é a de que isto aqui vai acabar graças ao spam.

Isso quer dizer uma coisa: que o pessoal dos jornais está recebendo spam demais. Normalmente é assim: enquanto a violência fica restrita aos morros ninguém se preocupa; mas basta ela descer para o asfalto que a coisa assume, imediatamente, proporções monstruosas. E então é preciso, rapidamente, uma atitude firme das autoridades. Faz parte.

No caso do pessoal que agora pede providências imediatas contra o e-mail não desejado, é compreensível. Seus e-mails são públicos, e devem receber uma quantidade insuportável de spam todos os dias.

Alarmismo à parte, o problema é mesmo sério. Se alguém tiver o azar de ter seu e-mail incluído numa dessas listas de e-mails vendidas a quaisquer mil-réis nas ruas, está condenado a perder o seu e-mail. Eu já perdi dois. E aprendi como fazer para combater essa praga.

Mais MP3

Mme. D’Aiglemont, o interessante naquele link dos Men Without Hats não era a discussão sobre a qualidade do MP3, e sim sua posição a respeito da briga entre gravadoras e downloaders.

De qualquer forma, nesse aspecto ele está equivocado.

Uma música em MP3, com qualidade razoável, tem uma taxa de transmissão de 128 Kbps. A qualidade dessa música é um pouco maior que a transmissão em FM. Não é tão ruim assim, a não ser para audiófilos. Mas pode-se utilizar em taxas de compressão menores, como 160, 192, 256 ou até mesmo 512 Kbps. A perda de picos é mínima, nesses casos. Se é que existe. Para o ouvinte médio, isso não faz diferença.

De qualquer forma, durante décadas, ouvimos música a partir de discos de vinil, e ninguém reclamou.

Infelizmente, para os Men Without Hats, o futuro continua sendo do MP3.

MP3

Eu não faço idéia do que seja o Men Without Hats. Nunca os vi mais gordos ou mais magros. Mas o sujeito que é entrevistado aqui tem mais simples, lúcidas e conseqüentes posições acerca do compartilhamento de músicas na Internet do que qualquer outro músico que eu já tenha visto.

Linux, here we come

Ninguém tem mais dúvidas de que o o MacOS é um morto-vivo, um zumbi que ainda não se deu conta de que está morto. 2% de market share não é nada.

Mas é provável que ninguém perdesse dinheiro apostando no Linux contra o Windows.

Não que o Linux seja melhor. Digam o que quiserem os seus defensores, ele não é. Embora tenha ficado muito mais fácil nos últimos anos, e o Red Hat Linux seja uma belezinha, ele ainda é complicado demais. Eu instalei o Red Hat 8 aqui, e fiquei impressionado. O problema é que, além de uma série de deficiências (fontes tipográficas, por exemplo), o Linux simplesmente não tem aplicativos realmente decentes para outro uso que não o da Internet e, em menor grau, de aplicativos de escritório (Mozilla, OpenOffice, etc.).

Mas se eu fosse fazer uma aposta para dizer de quem é o futuro, eu apostaria no Linux.

A razão é simples. Aos poucos, está se formando uma correlação de forças desleal: a Microsoft de um lado e todo mundo do outro. A Novell acabou de anunciar que vai comprar a Ximian, que tem um bom cliente de email e está desenvolvendo uma plataforma semelhante ao Microsoft .NET. A IBM aposta tudo no Linux, até porque o tombo que levou da Microsoft com o DOS, no início dos anos 80, e o fim do OS/2, aí pelos 90, devem ter ensinado alguma coisa a ela. Não deve demorar muito até a Sun abandonar o Solaris, se é que já não abandonou.

É uma questão de tempo — na verdade, muito tempo — até que o Linux, que vem crescendo rapidamente no mercado de servidores, chegue também aos desktops. Isso, claro, vai demorar para acontecer. É preciso adquirir massa crítica no mercado de servidores. Mas que é bem provável que aconteça um dia, ah, isso é.