Como fazer um deputado idiota financiar sua boa vida

Do Ancelmo Góis de hoje:

A Comissão de Justiça da Assembléia do Rio aprovou ontem o projeto de lei 717/2003, do deputado Edno Fonseca, que agora irá a plenário.

O texto prevê “auxílio a quem voluntariamente sair da homossexualidade para a heterossexualidade”. A deputada Heloneida Studart, indignada, reagiu com um brado: “Ninguém merece!”

Se a tal ajuda — oferecida por um deputado do qual nunca ouvi falar mas que já sei preconceituoso e absolutamente imbecil — for em dinheiro, e a quantia for substanciosa o suficiente para ajudar este pobre diabo sem um tostão que vos escreve a cair nas mais desbragadas orgias, estou pensando seriamente em mudar de nome para Sharon Scarlet. E ele que prove que eu não sou gay.

A idiotice estonteante de alguns é a oportunidade de picaretagem de outros.

Da série "farinha tem proteína"

Via Amorous Propensities:

Billed as the definitive cunnilingus manifesto, the exhaustively detailed 228-page guide has step-by-step instructions on going down – with moves including the Elvis Presley snarl and Jackson Pollock lick – and a section on anatomy. But the focus is simple: oral sex makes women come, intercourse (for the most part) does not.

É interessante quando a incompetência assume ares de sabedoria definitiva.

Os 100 piores títulos de filmes pornô

Via Intensify.org: Os 100 piores títulos de filmes pornô.

Entre eles, delícias como Pretty Lil’ Sistas #1 – Bautiful Black Popozudas!, que mostra que as atrizes brasileiras estão com tudo nesse mercado tão restrito, e Tits of Fury, que deve ter feito Bruce Lee se revolver na cova.

Há ainda o absolutamente canalha Willie Wanker and the Fudge Packing Factory. E, finalmente, Adventures of the Fart Bitches, que dispensa quaisquer comentários.

O autor da lista não quis incluir Shaving Ryan’s Privates.

Infelizmente ela só inclui títulos em inglês. Deixa de lado os maravilhosos títulos da putaria pátria, como Emoções Sexuais de um Cavalo, Alucinações Eróticas de um Jumento, Senta na Minha que Eu Entro na Tua e o sado-masô Penetradas por Trás com Dor e Força.

A mais doce profissão que um homem pode ter

Gigolôs estão entre os profissionais que mais admiro.

Jorge Amado dizia que essa era a mais doce profissão do mundo; dizia isso em seu baianês leve, com a ética diversa que faz parte do espírito da Bahia. Uma definição comum, mas mais cínica, é a de que um gigolô é um sujeito pago para fazer o que qualquer idiota faz de graça.

Dizer que a melhor coisa que você faz é sexo não é como dizer que escreve ou elabora e destrincha fórmulas matemáticas complexas. Porque tudo isso é algo restrito, faz parte das habilidades de pequenos grupos, é a própria razão da diversidade humana.

Se alguém diz que pinta melhor do que você, sua resposta pode ser um simples dar de ombros, porque isso lhe importa pouco ou nada. Você nunca pegou em um pincel na vida e isso não significa que ele é melhor que você — você duvida, por exemplo, que ele seja melhor jogador de basquete, e se o Michael Jordan disser que é melhor você pode dizer que entende mais de marcenaria. A vida é um infinito sistema de compensações, e então ficam elas por elas, e os egos de cada um se satisfazem plenamente.

Mas um gigolô, não. Ele faz o que todo mundo faz. E faz melhor. É um conceito absoluto, completo. Se tal sujeito é melhor de cama do que você, ele está se referindo àquilo que você faz com dedicação e abandono, está entrando no seu campo, está lhe vencendo no seu próprio jogo. E você não pode recorrer ao consolo do despeito e da negação, porque as provas estalam em sua cara. É assim que ele ganha a vida. Ele é bom o suficiente para que lhe paguem para fazer, com mais talento, mais sensibilidade, aquilo que você também faz e que constitui uma das partes fundamentais da sua vida. Ele está dizendo que, enquanto você se limita a nascer, crescer, reproduzir e morrer, ele dominou a a técnica do supérfluo e elevou o ato da reprodução ao nível de arte, e superou a mera humanidade.

Você é apenas espasmos, gemidos e suor. Ele é transcendência. Onde você é tosco, irremediavelmente tosco, ele é um artista. E, sim, se alguém pode dizer que é melhor que você, esse alguém é um gigolô.

Excesso de velocidade

A típica notícia da Reuters: donos de BMW fazem mais sexo que os proprietários de outros carros, segundo pesquisa alemã.

Enquanto o dono de um BMW faz sexo, em média, 2,2 vezes por semana, os infelizes donos de um Porsche fazem apenas 1,4.

Duas conclusões, portanto.

A primeira é que os chauffers de Porsche fazem menos saliência porque são rápidos demais. Têm ejaculação precoce.

A segunda: qualquer dono de fusca 83 a álcool tem uma média sexual melhor que essa mixaria alemã.

(A propósito, eu não gosto de dirigir.)

Os fatos da vida

Eu já tinha cansado de publicar listinhas de searchphrases que trazem pessoas a este blog.

(A propósito, as frases que mais trouxeram gente até aqui em abril foram “Rafael Galvão”, “A Normalista”, “Astronomia para amadores”, “Cabo Anselmo”, “Pílula do dia seguinte” e “Desmatamento Caatinga”. Nem parece o velho blog, aonde só iam os pervertidos de praxe.)

Mas essa é curiosa demais para que eu possa resistir — e eu não sou bom em resistir a tentações:

fotos ensinando como se masturbar

Há algo errado nesse mundo moderno. Antigamente as pessoas buscavam informações apenas antes de iniciar suas vidas sexuais acompanhadas. As mulheres mais sensatas se dirigiam a um ginecologista. Homens, numa variação da atitude que mais tarde os fará se perderem constantemente por considerarem indigno pedir informações a um transeunte, perguntavam aos mais velhos, que davam um conselho simples: “vá lá, coma a vagabunda e não me desaponte, que a família tem um nome a zelar”.

Este mundo está muito mudado.

Pornografia

No Culture Kitchen Liza Sabater define por que não gosta de pornografia: ela acha, além de feio de se assistir, falso.

É a definição perfeita. Tudo aquilo parece falso. Eu, pessoalmente, não consigo assistir a um filme sem imaginar o diretor fazendo seus comentários: “Levanta essa porra!”, “Abre as pernas, caralho!”, “Você não sabe gemer não, é?”, “A luz tá errada, cacete!”, “Bota a câmera lááááá…”.

Mas acho que isso é apenas desculpa. Vai ver eu não gosto porque é sempre uma humilhação e um golpe na auto-estima ver John Holmes em serviço.

(O post da Sabater tem alguns links para sites interessantes que falam não sobre pornografia, mas sobre o métier. São uma delícia.)

Primeiro Emprego, à alemã

A versão alemã do Primeiro Emprego está funcionando. Uma lei de lá exige que toda empresa tenha um estagiário para cada 15 funcionários.

Mas ainda é pouco. Para garantir o bom funcionamento da economia, o governo alemão está planejando aplicar multas também aos bordéis legalizados que não seguirem essas regras.

Agora que se imagine um distinto senhor chegando a um desses bordéis.

“Ô, minha filha, o que é isso?”

“Ahn… Hmmmmfff… Gasp. Não é assim que se faz? Desculpa, senhor. Acho que minha supervisora ensinou errado.”

Ou:

“O gue gue eu vazo gom izo?”

Ou:

“Espero que o senhor não se incomode se a Frida assistir. Ela é trainee. Frida, pára de rir. Não, senhor, ela não está rindo do tamanho do nosso amigo aí, não. Pára de rir, Frida.”

Ou:

“Me dá um minutinho? Deixa eu dar uma olhada no manual. É que eu estou começando hoje… Procedimento um: ‘deitar-se de acordo com o desejo do cliente’. De costas, o senhor disse? Certo. Procedimento dois: ‘abrir as pernas’. Aqui não diz o ângulo, mas acho que assim está bom, não? Mais? Senhor, mais e eu arrebento tudo aqui. Tá bom, deixa eu tentar. Procedimento três: ‘passar as pernas em volta do cliente e cruzá-las em suas costas’. Ah, mas isso parece tão difícil… Como? Ah, assim? Poxa, é tão fácil! Eu já tinha feito isso antes, e de graça! Se soubesse que era assim tinha caído na vida antes. Esse manual é que complica tudo, o senhor não acha? Agora deixa ver… Quatro: ‘abraçar o cliente’. Moleza. Como o senhor deseja ser abraçado? Senhor? Senhor? Volte aqui, senhor! O procedimento seguinte é o da língua! Volte aqui!”

Estagiárias terão promoção imediata quando conseguirem lidar com aqueles clientes mais difíceis. Por exemplo, quando colocarem aquele sádico de quatro e o encherem de porrada, ou quando conseguirem gorjeta de Isaac Muhammad.

Já as meninas que resolverem ler revistas durante o trabalho serão sumariamente dispensadas. Em compensação, os melhores bordéis darão cursos de especialização, como “A Arte de Abocanhar”, “Os Significados do Gemido” e “Como Mexer e Remexer”. Recomenda-se às estagiárias apenas não perguntar com cara de espanto: “Nossa, e isso ainda cresce?!”

Este blog espera que, com o novo incentivo do governo, o fino negócio da prostituição cresça exponencialmente na terra do Anjo Azul. E assim o governo estará fazendo sua parte no processo de desenvolvimento da Alemanha. Que poderá, orgulhosamente, adotar o singelo slogan “É sempre um negócio fazer prazer com você”.

A verdadeira razão da Revolução Russa

Durante quase 100 anos fomos torpemente enganados pela história oficial acerca da Revolução Russa.

Nos enrolaram com aquela história de povo faminto e oprimido, de desejo de mudanças sociais, de sonhos de igualdade. Luta de classes? Besteira. A verdadeira razão da revolução foi o pinto do Rasputin.

Um museu erótico que está sendo construído em São Petersburgo planeja expor o dito cujo, que nos anos que antecederam a Revolução fez a alegria da corte do czar. É uma forma de colocar a Rússia no mesmo nível dos americanos, que possuem (com um orgulho esquisito) o bráulio do Napoleão.

A diferença é que enquanto o pobre Napoleão tinha um pintinho pequenininho como ele, o museu russo vai exibir os gloriosos 30 cm de Rasputin.

Agora a gente entende por que a czarina Alexandra gostava tanto do barbudinho. E fica sabendo que a Revolução Russa se deu pelo que Freud chamava de inveja do pênis.

Mas isso nos faz refletir. Napoleão, de tão parcos recursos, conquistou um império. Rasputin, acomodado em sua enormidade, perdeu outro. A conclusão é aterradora: o mundo pertence aos mal-dotados.

Pequenos pensamentos malévolos

Em Aracaju não são permitidos motéis no perímetro urbano.

Mas como a necessidade de saliência não diminui de acordo com a vontade (correta, nesse caso) dos legisladores, o jeito são as pousadas mais permissivas. Muitas são iguaizinhas a qualquer motel, indevassáveis com portões de entrada e saída.

Uma dessas pousadas fica bem em frente a um terminal de integração de ônibus, na praia de Atalaia.

Os rostos cansados e expressões carregadas daqueles que esperam o ônibus que nunca chega na hora contrastam, ou devem contrastar, com o brilho no olhar dos casais que entram na pousada.

E de repente, enquanto olhava para eles, me senti solidário com sua dor. É um desrespeito que aquelas pessoas, tristes, cansadas, condenadas a um eterno esperar do qual a demora dos ônibus é só um pequeno exemplo, sejam obrigadas a conviver com a felicidade carnal de pessoas que se preparam para a troca de fluidos corporais, algumas vezes ilícita, com alegria e desejo.

Mas é fácil se solidarizar e virar o rosto. Difícil é fazer alguma coisa para mitigar essa dor. E eu decidi vingá-los.

Algum dia eu vou passar algumas horas ali, naquele terminal de ônibus, fotografando as placas de quem entra na pousada, e depois vou colocar na Internet.

Em “cidade de muro baixo”, como dizem ser Aracaju, onde dificilmente você anda incógnito na rua, isso talvez tenha resultados interessantes.