BloomBlogsDay

Dia 16 de junho, nos meios literários, é o Bloomsday.

É o dia em que transcorre toda a ação de “Ulisses”, provavelmente o livro mais fascinante do século XX.

O Leandro Oliveira, do Odisséia Literária, teve uma grande idéia: resolveu transferir a tradição para o mundo dos blogs e comemorar o Bloom-Blogsday.

Dia 16 ele vai postar trechos e comentários de “Ulisses” no blog. Você pode participar enviando o que quiser sobre o livro: trechos, links, comentários. Ou simplesmente comentando no blog dia 16.

É uma bela idéia e vale a pena participar. Ou simplesmente ler.

Como ajudar o Mauro Amaral a ganhar um iPod

O Mauro Amaral está participando de uma promoção no Buscapé que vai sortear dois iPods.

Uma daquelas coisinhas fofas será dado àquele que tiver mais indicações, ou seja, mais gente cadastrada por indicação dele.

O Mauro é a cabeça por trás do Carreirasolo, um dos projetos mais fascinantes da blogosfera brasileira. E já que ele está participando, seria uma boa dar uma mãozinha. De quebra a gente aproveitar para testar, na prática, a capacidade real de influência que blogs têm neste mundão sem porteira.

Para ajudar o Mauro a ganhar o seu iPod, basta clicar aqui. Você vai se cadastrar através do id do Mauro e ele vai ficar mais perto do prêmio.

Custa nada.

Eu não pude evitar ouvir

É um dos meus blogs preferidos.

O Overheard in New York é, basicamente, uma coletânea de frases entreouvidas em Nova York. O resultado é um blog sempre interessante, que mostra como a vida pode ser surpreendente.

Como dizia o Jules Dassin, “há 8 milhões de histórias em Nova York”. Estas são algumas delas.

Guy on cell: Of course I hate her! However, that’s not gonna stop me from fucking her.
–Park Slope

Hood on cell: Yo man, that bitch stole two ounces of coke from my house!…She’s your friend, you go get it back!
–outside The Martini Red Lounge, Staten Island

Jewish guy: You know, all the famous people are Jewish, like Einstein, and–
Black guy: Man, shut the fuck up, what the fuck is wrong with you? Ain’t you ever heard of Martin Luther King, Jr.? He ain’t Jewish; hell, that motherfucker ain’t even white. Jesus Fucking Christ!
Jewish guy: Very good! Jesus Christ!
–E train

Queer: So how was your date?
Hispanic chick: Oh, it was nice, he was nice and sweet, and a real gentleman, you know, he would hold open doors, make sure to walk between me and the street, you know, really nice.
Queer: Oh, you know what that totally screams?
Hispanic chick: What?
Queer: That totally screams: I want to get into your vagina right now!
–6 train

Teenage girl #1: Oh come on. Just try weed. It’s not that big of a deal.
Teenage girl #2: That’s one line I’ll never cross. That and sucking dick.
–4 train
(O título desse é “I Give Her 2 Months”)

NYU chick #1: Aren’t vegetarian hot dogs just as sketchy as normal hot dogs?
NYU chick #2: Maybe, but I would rather eat the stamen of a sketchy plant than the anus of a sketchy pig.
–Criff Dogs, St. Mark’s Place

Jewish Professor: …for example, we have the white people that vote, and we have the nig…bla…African-Americans that vote…
–NYU classroom

Mom: I know you would love homeschooling but you would have to be really sick or have a broken leg or something.
Son: Then why won’t you just break my leg?
–Lexington & 63rd

Health nazi: Y’know, smoking is bad for your health.
Security guard: So is fucking with people at 8:30 in the morning.
–28th & Park

Suit #1: …and he’s been playing on that game City of Heroes for two months straight now.
Suit #2: You reckon he’s still alive?
Suit #1: Well, he’s been typing nothing but “J” for a whole week on MSN.
–JFK

Do Berra-boi

Cem anos de Portugal. O problema de Portugal não foi a Monarquia, que tinha o apoio do povo e o beneplácito das elites. O problema de Portugal não foi o “fascismo”, que tinha o beneplácito do povo e o apoio das elites. O problema de Portugal não foi Abril, que teve o apoio do povo e beneplácito das elites. O problema é mesmo os portugueses. Sem anos de Portugal.

Ó gajo, estou quase a achar que tal problema é o mesmo nosso.

Quando eu encontrar uma mulher moderna

Ontem teve texto meu no Kit Básico da Mulher Moderna.

O texto é o seguinte:

Quando eu encontrar uma mulher moderna

O problema é definir o que é mulher moderna.

E eu não consigo, juro.

Certo, conheço as definições. Aquela conversa de três turnos. Aquele papo de ser mulher, mãe, profissional.

Bobagem.

Tavez eu seja machista. Talvez. Mas isso, no fundo, não me importa muito.

Talvez eu ache apenas que não existe mulher moderna, antiga ou qualquer coisa do tipo. Existe apenas mulher.

Que seja machismo dizer, por exemplo, que por mais belas que sejam suas conquistas, ainda não há nada melhor que cafuné numa tarde fresca de sábado, só você e ela, esquecidos do mundo e da vida. Tudo bem, eu não ligo. Eu sou só um paraíba, mesmo, e na minha terra as coisas ainda são simples, tão simples que às vezes a gente se assusta com essas coisas de modernidade.

Que seja machismo dizer que não há nada melhor do que olhar no olho dela, e se perder em tudo o que ele consegue dizer sem palavras, e perceber de repente que não há nada mais importante que aquilo.

Que seja machismo achar que não há nada tão bom quanto o gosto de uma mulher, quanto o seu cheiro. Que não há nada tão bom quanto ouvir sua respiração bem pertinho do ouvido, que nao há nada tão bom quanto sentir sua mão no seu rosto, passeando com calma, perdida e sem direção.

E posso ser machista, sim, mas essa acusação não vai me fazer deixar de achar que não há nada como se perder no olhar da mulher amada, que nao há nada como ver o seu sorriso, que nao há nada como sentir movimentos involuntários e incontroláveis.

Eu sou machista. Fazer o quê?

O resto? Ah, o resto não é tão importante. O resto são as circunstâncias. E as circunstâncias apenas tiram de uma mulher o que ela tem de melhor. A capacidade de enfrentar desafios, de dar o melhor de si, de se superar.

Mas isso não quer dizer que ela seja esse segmento de marketing que chamam de mulher moderna.

Não quer dizer porque ela não precisa disso.

Talvez seja por essas razões sem juízo que eu ache que isso de mulher de moderna, se não é errado, não é tão certo assim. Para mim, não existe isso de mulher moderna, de mulher antiga. Existe apenas mulher.

Graças a Deus.

A maravilha da vida em derredor

Nem sempre concordo com aquele trotskista vingativo, mas os posts e a discussão sobre racismo e cotas que estão se desenrolando n’O Biscoito Fino e a Massa são uma das melhores coisas que o Idelber já publicou.

Este blog já bordejou o assunto algumas vezes. Mas nunca com a concisão, categoria, correção acadêmica e contundência do que se está vendo no Biscoito.

Ali está a blogosfera que faz diferença, que discute o país. E que mostra que o que realmente faz um blog são os seus comentários.

***

O NemoNox acabou de lançar um projeto brilhante: A Casa das Mil Portas é um projeto literário contendo microcontos (ou seja, contos com no máximo 50 letras) de uma infinidade de autores.

O resultado é fascinante. E vale a pena participar.

Um exemplo de microconto — e para mim, o maior conto que Hemingway não precisou escrever — é esse:

For sale. Baby shoes. Never worn.

***

O André Kenji montou uma lista de discussão por e-mail, a blogprog, para juntar o pessoal que ainda não consegue ver o fim da história. Até agora, fazemos parte eu, ele, o Idelber, o Smart Shade of Blue.

Se você quer participar, deixa um comentário aqui.