Blogger Reloaded

O Blogger (o americano; o brasileiro continua a mesma coisinha) fez um update admirável em seus sistema.

Agora, além de templates próprios decentes, você pode até enviar posts por e-mail. Há uma série de melhorias, como arquivos individuais de post, e uma série de outros. Vale a pena conferir.

Mas o melhor, mesmo, é que ele finalmente tem um sistema próprio de comentários.

Embora eu continue preferindo o Movable Type, e essa mudança tenha vindo tarde demais para mim, o Blogger finalmente passou a ser uma ferramenta decente de publicação.

Abrindo o bico

É mais forte que eu. Depois de resistir por semanas, acabei entrando num dos memes mais idiotas que eu já vi.

1. Pegue o livro mais próximo.
2. Abra na página 23.
3. Procure a quinta frase.
4. Publique o texto no seu blog, junto com estas instruções.

Lá vai.

Retomando conforme esta óptica o grande trio mencionado, eu diria que Casa-grande e Senzala representa uma etapa avançada do liberalismo de nossas classes dominantes, com o seu movimento contraditório entre posições conservadoras e certos ímpetos avançados.

É um trecho de “Raízes do Brasil”, que está na minha mesa para uma releitura que nunca começa.

Blogs e o resto

Um post no Prints the Chaff me deixou pensando em uma coisa curiosa. Junto com um artigo lido no blog do Alex Maron, me fez me perguntar quais os limites da opinião em um blog.

O artigo do Tom Mangan diz que blogs passaram a chamar os “empreiteiros” americanos trucidados no Iraque de mercenários. Ele discorda porque acha que a palavra mercenário não se aplica com exatidão a esse caso (discordo disso, mas é um bom ponto de vista). O artigo do Maron, também muito interessante, fala sobre a responsabilidade que blogs devem ter.

É esse conflito entre liberdade e responsabilidade que me deixou com algumas perguntas que não consigo responder.

Acho que há algumas diferenças fundamentais entre um blog e um jornal. Ou seja, os limites de um blog não devem ser os mesmos de um jornal. Para começar, isto aqui não depende do Estado para nada. E não parece justo esperar os mesmos padrões de informação que se espera de um jornal. Um blog é pessoal de um jeito que um bom jornal não é há muito tempo.

Há uma diferença entre expectativas, também. De um jornal você espera, pelo menos em tese, a verdade dos fatos. De um blog você sabe que não pode esperar mais que uma opinião ou uma interpretação pessoal. Por que a responsabilidade tem que ser a mesma?

Por exemplo, um jornal não pode dizer que acha que o teste de DNA da filha da Marcella Prado foi falsificado, porque estaria cometendo calúnia e ele tem a obrigação de só dizer a verdade comprovada e checada. Há leis que regulam isso. E o exame diz que a menina não é filha de Ayrton Senna. Mas se um blogueiro qualquer — que não tem acesso a nenhuma informação confidencial, que não tem nenhuma prova nem diz ter alguma — diz que acha que a história é mal contada, ele também poderia ser processado, desta vez por difamação? Para mim, essa opinião pode não ser legal, mas é legítima, e não apenas pelo direito à liberdade de pensamento: essa opinião, ainda que infundada, é tão generalizada entre gente de todas as classes sociais que, para muita gente, é a única verdade admissível.

Algumas pessoas vêm chamado os blogs de “mídia do cidadão”; é isso que pode torná-los revolucionários. Mas talvez, se formos todos obrigados a seguir as mesmas regras éticas dos velhos meios de comunicação, blogs não chegarão sequer a ser necessários. Porque bastará comprar o jornal de hoje, e aos blogs restarão apenas as opções de continuarem diários de adolescentes, coleções de links ou opiniões insossas de bobos, como acontece, infelizmente, com este aqui.

Quanto a mim, no dia em que passar a ter que tomar cuidado com o que escrevo eu deixo de publicar um blog.

Quer dizer que todo aquele pó é cheirado só pelos cariocas? Haja nariz

A todos aqueles que estão colocando a culpa do caos carioca exclusivamente nos maconheiros e cheiradores fluminenses, o Fábio do Caryorker tem um ponto de vista que vale a pena ser lido.

Obviamente um ponto de vista não exclui o outro. Em algum nariz aquela merda tem que parar. Mas que é ingenuidade achar que o Beira Mar ficou milionário vendendo para cariocas, ah, isso é.