Uma rede californiana de escolas cobrava de 450 a 1450 dólares para dar diplomas a latinos, tendo como base uma cartilhazinha que ensinava, entre outras coisas, que os Estados Unidos têm 53 Estados, que a II Guerra durou de 1938 a 1942 e que o Congresso é dividido em Senado, do Partido Democrata, e Câmara dos Deputados, do Partido Republicano.
A ignorância americana acerca do resto do mundo — pelo menos a dos sixpackers — é proverbial e compreensível. Mas isso ultrapassa os limites. E a única razão concebível é que a tal rede de escolas resolveu simplesmente sacanear os cucarachos.
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Um marroquino de 70 anos cortou o próprio pênis em protesto às constantes recusas de sua mulher em fazer saliência com ele.
Este blog se solidariza com a esposa; a julgar pelo ato tresloucado do macróbio, deve ser complicado viver com ele. Também se solidariza com o pobre velhinho, que imolou a si mesmo no altar do amor conjugal.
Mas pensando bem, ele não fez nada demais. Tem 70 anos, o capão. Foi como tirar o apêndice.
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Talvez coubesse melhor no Carta da Itália, mas é com prazer inenarrável que recebo a notícia da volta da grande, da inesquecível Cicciolina, agora querendo ser prefeita de Milão.
É a candidata ideal, em qualquer lugar e a qualquer tempo. Ao contrário dos políticos tradicionais, acostumados a ferrar o povo, ela sabe bem — foram mais de 40 filmes, inclusive com o grande, grande mesmo, John Holmes — o que é estar do outro lado.
A única coisa meio chata nessa história é esse seu entra e sai da política. Parece que ela ainda não esqueceu sua antiga profissão.
(Uma curiosidade: em sua campanha para o Parlamento italiano, nos anos 80, Cicciolina mostrava os peitos — belos peitos — a quem quisesse ver. Ela agora tem 52 anos. Vamos ver se continua mostrando.)
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Três bancos em Iowa foram assaltados enquanto Bush e Kerry faziam comícios na mesma cidadezinha, a alguns quarteirões de distância um do outro.
Os dois já receberam sua parte.
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Swingers iranianos que tranqüilamente trocavam suas esposas foram incomodados pela polícia, que define esse tipo de esporte como prostituição.
Eles podiam ser swingers, mas eram também xiitas. O pau comeu: dois policiais foram baleados e outros dois esfaqueados.
País estranho, aquele, em que um homem de bem não pode nem assistir a outro pegando a sua mulher em paz.
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Só Deus sabe quanta raiva este blog já destilou contra advogados, mas finalmente apareceu um motivo para elogiá-los. Se chama Roderick Murray, e é promotor em Hong Kong.
Roderick comeu água, muita água antes de ir a uma audiência (embora diga que foram só dois martínis e umas cervejas). Lata cheia, se comportou como um cavalheiro no tribunal: colocou óculos escuros, se acabou de rir, bateu palmas e tamborilou os dedos em sua mesa. Quando o juiz Chua Fi-lan pediu ao advogado de defesa que o retirasse da sala, ele posou para jornalistas, do lado de fora do tribunal, na posição do Pensador de Rodin. O que é curioso, porque é mais difícil que fazer o quatro.
Em outra situação poder-se-ia dizer que ele fez isso porque já não agüentava mais o famoro decoro jurídico, nome engraçadinho para a mais reles hipocrisia. Mas isso não é hora para piadinhas bobas.
Senhoras e senhores, Roderick Murray é um herói.
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Esta é uma tragédia com nomes esquisitos.
Eleni Ioannou, atleta da equipe olímpica grega de judô, brigou no sábado com seu namorado, Giorgos Chrisostomidis, com quem vivia há um ano e meio. Giorgos estava com ciúme, com medo da perspectiva de passar alguns dias separado de Eleni, enquanto ela disputava os jogos.
A discussão piorou. E então Giorgos deu um tapa em Eleni. Assustada, ela devolveu o tapa, correu para a varanda e se jogou.
Para Giorgos foi como se o mundo tivesse acabado. Ele amava Eleni mais que qualquer outra coisa em sua vida. Foi ela quem o tirou das drogas, quem o incentivou a retomar sua vida.
Sem Eleni o mundo de Giorgos acabou, consumido em culpa. Segunda-feira, enquanto almoçava com sua avó, ele disse: “Quero me juntar a Eleni”. E se jogou da mesma varanda.
Os dois estão na UTI.
Esta é uma notícia estranha, este é um blog esquisito, mas nem todas as notícias estranhas são risíveis. Pelo menos não para quem ainda acredita no amor, na paixão e na sua beleza e estupidez.